Para que uma planta de milho possa expressar seu potencial produtivo, é necessário um ambiente adequado ao seu crescimento e desenvolvimento, sem a ocorrência de estresses de nenhuma natureza que possam limitar a produtividade da cultura. Radiação solar, água e nutrientes do solo são fatores essenciais para o desenvolvimento vegetal e vitais para o metabolismo da planta.
Além de atuar como substrato para o desenvolvimento vegetal, o solo é a principal fonte de água e nutrientes para o milho. A água e nutrientes presentes na solução do solo são absorvidos pelo sistema radicular do milho, que além dessa função, também promove fixação da planta ao solo.
Segundo a engenheira agrônoma Thais Regine Lengert, responsável técnica Unidade de Iguiporã, o sistema radicular é a parte mais importante da planta: “A raíz é o que consideramos como “a boca da planta”, pois é por ela que as plantas absorvem os nutrientes presentes no solo. ”
E complementa: “Além de sustentar a planta, as raízes são responsáveis por levar água e sais minerais, como potássio e fósforo, e demais macro e micro nutrientes presentes no solo, para suas partes aéreas. Quanto maior o volume e a profundidade radicular do milho , maior o volume de solo explorado e consequentemente maior absorção de água e nutrientes do solo.”
O manejo
Para obter uma estrutura radicular é necessário um manejo diferenciado da terra. É o que conta o produtor e associado Ilso Antônio Conte, da região de São Clemente, Marechal Cândido Rondon: “A construção de um sistema radicular eficiente é feito com o tempo. Então, eu comecei o manejo da terra com adubação verde na terra. Então, lavrava e incorporava, mas ao longo do tempo percebi que essa não era a forma correta. Depois, de algum tempo comecei a fazer o plantio direto, onde eu dessecava e plantava diretamente ao solo, nesta mesma época a prefeitura disponibilizou rolo faca e com esse maquinário, nós rolávamos e mistura na terra antes de plantar. ”
E complementa: “Hoje, além de cuidar do solo, eu planto de 25% a 30% milho de verão e a cada 4 anos faço a rotação desse cultivo. Além disso, nesse local onde foi plantado o milho, nós fazemos cobertura verde, plantando aveia. Graças a esse processo, eu chego a colher 20 a 30 sacas por alqueire a mais”
Os benefícios
A rotatividade e o manejo certo do solo, permite que o milho crie uma estrutura modular das raízes e as plantas passam a responder rapidamente ao ambiente em que elas vivem, além de deixar elas mais adaptáveis e resistentes às mudanças climáticas.
É o que conta a engenheira agrônoma Thais: “Quanto maior e mais profundo o sistema radicular das plantas de milho, maior a capacidade de a planta tolerar períodos de stress hídrico (seca) ou baixa fertilidade. ”
E aponta o senhor Ilso: A plantação bem cuidada, consegue aguentar mais tempo o calor e ainda faz a descompactação do solo com as raízes”
Profundidade benéfica
De maneira geral, quanto maior o volume radicular do milho, maior o volume de solo explorado e consequentemente maior absorção de água e nutrientes do solo. Contudo, a distribuição das raízes de milho no perfil do solo pode variar de acordo com características do solo, como tipo de solo, profundidade dos horizontes, impedimento físico entre outros.
Sobre a importância da profundidade radicular, Thais afirma: “A profundidade das raízes é um fator muito importante a ser considerado na cultura do milho. Ela influencia diretamente na capacidade das plantas de acessarem recursos do solo. Uma raiz bem desenvolvida e profunda, permite que o milho acesse camadas mais profundas do solo, onde há maior disponibilidade de água e nutrientes, fato muito importante, principalmente em regiões com históricos de “seca”.
Além desses fatores, outro ponto importante da profundidade das raízes, é a contribuição para a estabilidade da planta. Maior volume a profundidade das raízes, auxilia na fixação da planta ao solo, reduzindo riscos de tombamento em condições de ventos fortes (vendavais) ou chuvas intensas. ”